O dólar comercial fechou perto da estabilidade ante o real nesta segunda-feira (21), com o mercado atento ao desdobramento da viagem do presidente Jair Bolsonaro ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
De acordo com a Agência Reuters, ao final das negociações de hoje, o dólar registrava leve variação positiva de 0,07%, cotado a R$ 3,7587 na venda. Na máxima da sessão, a moeda dos EUA chegou a R$ 3,7812, enquanto desceu até R$ 3,7570 na mínima da sessão. Já o dólar futuro operava em alta de 0,2%.
A primeira sessão da semana foi marcada pela baixa liquidez em função do feriado do Dia de Martin Luther King, nos Estados Unidos, onde mercados não abriram.
segundo a ‘Reuters’, Bolsonaro disse na chegada a Davos que pretende mostrar ao Fórum Econômico Mundial que “o Brasil mudou, que é um país seguro para investimentos e que está tomando medidas para reconquistar a confiança”, acrescentando que “não irá apresentar planos específicos para privatizações” durante o encontro.
Segundo contou uma fonte à ‘Reuters’, o presidente usará seu discurso para defender a agenda de reformas econômicas do governo e sinalizar a disposição do Brasil a fazer uma maior abertura comercial e desburocratização da economia.
O diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues, acredita que “o discurso de Bolsonaro vai ser positivo”, enfatizando que “o Brasil virou holofote novamente”.
Segundo ele, o presidente brasileiro “vai como uma boa notícia para investidores externos, claro que ele vai levar (as privatizações) de uma forma macro, acho que não deve entrar em detalhes”, afirmou, de acordo com a ‘Reuters’.
Internamente, o mercado começa a olhar com mais cautela para a movimentação do governo em relação à reforma da Previdência. Em uma entrevista no sábado, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, sinalizou que o governo deve optar por “uma transição bastante suave” na proposta de Previdência.
“Esse é um ponto importante. O que ele quis dizer com suave? Ele ainda não foi claro e isso está muito mais na mão do Ministério da Economia, do Paulo Guedes, acho até que há uma proposta ali um pouco mais forte do que a ala do Bolsonaro gostaria”, avaliou Rodrigues, citando possíveis divergências dentro do governo.
Também no radar do mercado está o caso envolvendo movimentações atípicas do senador eleito e filho do presidente Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e de seu ex-assessor, Fabrício Queiroz.
No cenário externo, o mercado observou com cautela o menor crescimento da economia chinesa, que em 2018 desacelerou para o seu nível fraco em 28 anos sob o peso do enfraquecimento da demanda doméstica e das tarifas dos Estados Unidos.
Somado à notícia da desaceleração chinesa, o Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou nesta segunda-feira suas previsões para o crescimento econômico global para 2019 e 2020, citando fraqueza na Europa e em alguns mercados emergentes.
Atuação do Banco Central do Brasil no câmbio
O Banco Central brasileiro vendeu nesta sessão 13,4 mil contratos de swap cambial tradicional (equivalente à venda futura de dólares). Desta forma, a autoridade monetária rolou US$ 9,38 bilhões do total de US$ 13,398 bilhões que vencem em fevereiro.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral do lote.
Com a Agência Reuters.
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