Dólar tem 3ª alta seguida e fecha perto de valor recorde frente ao real

O dólar fechou no segundo maior valor desde o início do real, cotado acima de R$ 3,98.

Do Mundo-Nipo com Agências

O dólar subiu pela terceira sessão consecutiva e fechou próximo ao seu recorde histórico frente ao real nesta segunda-feira (21), pressionado pelas persistentes preocupações com as contas públicas brasileiras, alimentado ainda pelos rumores de que o país pode perder o selo de bom pagador por uma segunda agência de classificação de risco.

A moeda norte-americana subiu 0,57%, cotada a R$ 3,9809 na venda. É o segundo maior valor atingido pelo dólar desde o início do real, sendo superado apenas pelo dia 10 de outubro de 2002, quando a moeda divisa encerrou na máxima histórica de R$ 3,99.

Na máxima do dia, o dólar atingiu R$ 3,9990, a milímetros de distância do recorde intradia de R$ 4. Nas últimas três sessões, a moeda americana acumulou alta de 3,83$ frente ao real. No mês e no ano, há alta acumulada de 9,75% e 49,73%, respectivamente.

Cenário externo
No cenário internacional, declarações no fim de semana do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) de San Francisco, John Williams, de que uma alta de juros ainda deve ser apropriada neste ano também influenciaram a alta do dólar. Juros mais altos nos EUA podem atrair para lá recursos atualmente aplicados em países como o Brasil.

Cenário interno
Um operador da corretora SLW disse à agência Reuters que “as incertezas políticas e o temor de perder o grau de investimento por uma segunda agência de classificação de risco pressionam muito o câmbio, e não há perspectiva de melhora no curto prazo”.

Há duas semanas, a agência Standard & Poor’s (S&P) cortou a nota do Brasil, retirando o chamado “grau de investimento”. O país ainda mantém a nota de bom pagador de acordo com as outras duas principais agências: Fitch e Moody’s.

O temor de que o Congresso possa derrubar nesta semana vetos da Presidência a medidas que aumentam os gastos, dificultando o ajuste fiscal tem deixado os investidores mais cautelosos. Essas preocupações foram parcialmente reduzidas nesta tarde após Cunha afirmar que derrubar o veto sobre o reajuste salarial dos servidores do Judiciário seria “colocar mais gasolina na fogueira”, destacou a “Reuters”.

A visão é que as contas públicas do país sofrerão caso o veto dor retirado, justamente no momento em que o governo tentar reequilibrar as contas públicas.

A alta do dólar nesta sessão veio mesmo após o Banco Central anunciar nova intervenção no mercado de câmbio, com leilão de linha. O anúncio veio depois de a moeda norte-americana fechar no segundo nível mais alto na história em relação ao real na sessão passada, influenciada por rumores sobre o possível rebaixamento do Brasil pela agência de classificação de risco Moody’s.

Atuações do Banco Central
A autoridade monetária ofertou dólar com data de recompra em 4 de abril de 2016 e em 5 de julho de 2016. Segundo a assessoria de imprensa do BC, a operação não é para rolagem de uma linha já existente. Trata-se da quarta intervenção desse tipo desde 31 de agosto.

O BC também deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro, vendendo a oferta total de até 9,45 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares. Ao todo, já rolou o equivalente a US$ 6,299 bilhões, ou cerca de 67% do lote total, que corresponde a US$ 9,458 bilhões.

“A intervenção do BC ajuda, mas não faz milagre”, disse o superintendente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo Siaca, que acredita que a moeda norte-americana deve atingir o recorde de 4 reais no curtíssimo prazo.

“A intervenção do BC ajuda, mas não faz milagre”, disse o superintendente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo Siaca, à agência de notícias Reuters. Siaca acredita que a moeda norte-americana deve atingir o recorde de R$ 4 no curtíssimo prazo.

(Com informações da Agência Reuters)

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