Inflação no Japão tem o menor crescimento desde julho de 2017

O núcleo da inflação ao consumidor japonês cresceu pelo 32º mês seguido, mas o ritmo de crescimento continua desacelerando.
Preços no Japão | ©Shizuo Kambayashi/AP
©Shizuo Kambayashi

Atualizado em 22/09/2019

O principal indicador da inflação ao consumidor do Japão avançou pelo 32º mês consecutivo em agosto, mas seu ritmo de crescimento foi o mais lento em mais de dois anos, devido aos custos mais baixos do petróleo e ao fraco crescimento econômico, mostraram dados do governo na sexta-feira, sinalizando os desafios do Banco do Japão (BOJ, o banco central japonês) em cumprir sua meta de alta de preços de 2%.

Os dados manterão o Banco do Japão sob pressão para acelerar um já massivo programa de estímulo para afastar os riscos que poderiam atrasar o alcance da meta de inflação.

O relatório do Ministério de Assuntos Internos mostra que o núcleo do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), que inclui derivados de petróleo, mas exclui preços de alimentos frescos, aumentou 0,5% em agosto ante o mesmo mês do ano anterior.

O resultado vem em linha com a previsão média do mercado e mostra desaceleração no crescimento depois de subir 0,6% em julho. A leitura em agosto é a menor taxa desde julho de 2017, quando o índice também subiu apenas 0,5% em termos anualizados.

“A desaceleração do crescimento global, o iene forte e a queda nos custos do petróleo estão pressionando os preços no atacado. Há uma forte chance de que isso se espalhe para os preços ao consumidor”, disse Takeshi Minami, economista-chefe do Instituto de Pesquisa Norinchukin.

“Se o iene se valorizar e ameaçar afetar o impulso aos preços, o BOJ afrouxará a política monetária no próximo mês”, disse ele.

Já o chamado núcleo do núcleo do CPI, que exclui os efeitos dos custos voláteis de alimentos e de energia, e que é considerado medida principal do BOJ para acompanhar a economia, cresceu 0,6% em agosto em relação ao ano anterior, inalterado em relação a julho.

Por sua vez, os preços da energia, que contribuem menos para os ganhos dos preços desde outubro do ano passado, caíram pela primeira vez desde janeiro de 2017.

O BOJ se reúne novamente em 30 e 31 de outubro para decidir sobre a política monetária e também fazer uma revisão trimestral de suas previsões de crescimento e preço.

MN – Mundo-Nipo.com
Fontes: Agência Reuters | NHK News | Bloomberg.

Total
0
Shares
Veja mais dessa categoria
Total
0
Share