As últimas pesquisas divulgadas um dia antes das eleições legislativas no Japão apontam que o primeiro-ministro Shinzo Abe segue como favorito para vencer o pleito amanhã (22). Neste sábado, o premiê japonês prometeu proteger os japoneses no último dia de uma campanha eleitoral dominada pelas ameaças da Coreia do Norte.
O chefe de Estado nacionalista, que convocou eleições legislativas antecipadas, parece muito próximo de uma vitória que garantirá um novo mandato à frente da terceira maior economia do mundo.
“É a coalizão governante (…) que é capaz de proteger a vida das pessoas e defender um modo de vida feliz”, afirmou para uma multidão no centro do Japão, referindo-se claramente à Coreia do Norte, que ameaçava “afundar” o arquipélago, sobre o qual dois mísseis norte-coreanos voaram recentemente.
A coalizão do Partido Liberal Democrata (PLD, direita) de Abe com o partido Komeito deverá conquistar cerca de 300 dos 465 assentos na Assembleia, de acordo com uma projeção do jornal Nikkei.
A vitória permitiria a Abe permanecer no comando do país até 2021, caso vença a presidência do PLD no próximo verão, excedendo assim o recorde de longevidade de um primeiro-ministro japonês no poder.
Muito atrás, o Partido da Esperança (centro-direita) da carismática governadora de Tóquio Yuriko Koike e o Partido Democrata Constitucional (centro-esquerda), ambos recém-criados, cada um com cinquenta assentos.
“Não devemos parar com o status quo da política flácida que não conseguiu realizar as reformas drásticas e necessárias”, lançou neste sábado Koike, ao final de uma breve campanha de 12 dias.
Preso nos escândalos de favoritismo que pesaram sobre sua popularidade, enfraquecido por uma derrota histórica de seu partido na assembleia da cidade de Tóquio contra Koike, Abe, de 63 anos, apostou no final de setembro na dissolução da câmara baixa, mais de um ano antes da votação agendada.
Desta forma, quis tirar proveito de uma oposição ainda fraca e fragmentada, correndo atrás de apoio político para sua política de revitalização econômica (“abenomics”) e apostando em sua firmeza em relação à Coreia do Norte, defendendo um máximo de pressão sobre o regime e apoiando a posição americana de que “todas as opções” estão na mesa.
Mas a novidade veio de Koike, que anunciou a criação de um novo movimento político. Esta mulher de 65 anos, ex-apresentadora de televisão, foi ministra de Abe e, de repente, animou uma cena política japonesa letárgica e precipitou sua recomposição.
O principal partido de oposição, o Partido Democrata, se dissolveu, parcialmente absorvido pelo Partido da Esperança, enquanto um ex-tenor, Yukio Edano, defensor de sua ala à esquerda, criou o Partido Democrata Constitucional do Japão.
Contudo, Koike rapidamente perdeu força ao decidir não concorrer a uma vaga na Assembleia Geral, o que a priva de qualquer possibilidade de se tornar chefe de Governo em um país onde a Constituição exige que o primeiro-ministro seja escolhido entre deputados ou senadores.
“Qualquer partido, para ser credível, deve ter um candidato para o cargo de primeiro-ministro. Deveria ser ela”, comentou à AFP Michael Cucek, professor na Universidade Temple de Tóquio.
No domingo, ela participará em Paris de um encontro com os prefeitos das grandes cidades do mundo sobre as mudanças climáticas
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