O Banco do Japão (BoJ, o banco central) decidiu manter inalterada sua política monetária e melhorou sua avaliação sobre os gastos de capital, enquanto o presidente da instituição, Haruhiko Kuroda, afirmou que a melhora econômica sozinha não irá provocar uma retirada do estímulo.
Como esperado, o Banco do Japão manteve a meta para a taxa de juros de curto prazo em -0,1% e a meta para o rendimento do título de 10 anos em torno de zero. Com a decisão, o BC japonês encerra o ano sem alterar sua política monetária.
Divulgada na quinta-feira (21), a decisão foi tomada por 8 votos a favor e 1 contra. O novato no conselho, Goushi Kataoka, discordou pela terceira reunião seguida, argumentando que o banco central deveria comprar títulos de vencimento mais longo para que os rendimentos de 10 anos ou de duração maior caíssem mais.
Em um sinal de sua convicção sobre a força da recuperação do Japão, o BC japonês melhorou sua avaliação sobre os gastos de capital e manteve a visão otimista de que a economia está expandindo moderadamente.
Junto com a divulgação do relatório após a reunião de dois dias do conselho, Kuroda destacou a necessidade de manter “pacientemente” a política monetária ultrafrouxa, com a inflação ainda distante da meta de 2 por cento apesar do fortalecimento da economia.
Kuroda também rebateu as críticas de que o afrouxamento prolongado pode desestabilziar o sistema bancário do Japão, afirmando que não vê o surgimento de problemas no setor financeiro, com os empréstimos em alta.
“Nosso objetivo mais importante é alcançar nossa meta de inflação de 2 por cento o mais cedo possível”, disse Kuroda em entrevista à imprensa. “Não vamos elevar a taxa de juros apenas porque a economia está melhorando.”
A economia do Japão cresceu 2,5% em termos anualizados no trimestre entre julho e setembro, o que marcou o sétimo trimestre seguido de expansão, maior série de crescimento em 16 anos.
Enquanto isso, o principal indicador da inflação ao consumidor no Japão cresceu pelo décimo mês consecutivo em outubro na comparação anual, maior série de avanço após crise econômica mundial deflagrada em 2008, registrando avanço de 0,8 em outubro.
Do Mundo-Nipo
Fontes: Reuters | Kyodo.
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