Atualizado em 14/04/2019
O principal indicador da inflação ao consumidor no Japão cresceu menos que o esperado em fevereiro, seguindo em ritmo continuo de desaceleração e mantendo o Banco do Japão (BoJ, banco central japonês) sob pressão para manter, ou mesmo aumentar, os estímulos e assim acelerar o crescimento dos preços.
O núcleo do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, que inclui produtos de petróleo, mas exclui os preços voláteis dos alimentos frescos, subiu 0,7% em fevereiro ante o ano anterior, mostraram dados divulgados na última sexta-feira pelo Ministério dos Assuntos Internos e Comunicações do Japão.
O resultado ficou abaixo de uma previsão média de mercado, que estimava crescimento de 0,8% no segundo mês do ano.
A desaceleração de fevereiro em relação ao aumento de 0,8% em janeiro deveu-se, em grande parte, a uma retração de 1,3% nos preços da gasolina, que foi o primeiro declínio em termos anualizados desde novembro de 2016, mostraram os dados.
“À medida que a economia global começa a enfraquecer, é difícil enxergar o BoJ alcançando sua meta de 2% de inflação”, disse Takeshi Minami, economista-chefe do Instituto de Pesquisa Norinchukin.
Ainda de acordo com os dados, o chamado núcleo do núcleo do índice, que exclui o efeito de alimentos frescos e de energia – medida preferida do Banco do Japão para avaliar a inflação no país -, subiu 0,4% em fevereiro na base anual, ficando inalterado em relação ao ganho do mês anterior.
Os custos de mão-de-obra e de transporte estão elevando os preços dos alimentos, tais como refrigerantes, iogurte, macarrão instantâneo e sorvete. No entanto, os consumidores comedidos estão resistindo aos aumentos de preços, o que demonstra a mentalidade deflacionária entrincheirada que o Japão vem tentando superar há décadas.
Empresas como a Coca-Cola Bottlers Japan Holdings, a Suntory Beverage & Food e a fabricante de chips de batatas Calbee, alertaram para quedas nos lucros, já que os aumentos de preços planejados não cobrem os crescentes custos de produção.
MN – Mundo-Nipo.com
Fonte: Reuters US
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