Às vésperas do verão, temperaturas já ultrapassam os 33°C no Japão

As altas temperaturas ocorrem às vésperas de um verão que promete ser um dos mais quentes de todos os tempos no Japão.
Tempo no Japao 23 05 2016 Foto Reproducao JMA

As vésperas de um verão que promete ser um dos mais quentes de todos os tempos no Japão, as temperaturas já ultrapassam os 33°C no norte do arquipélago japonês. Segundo previsão da Agência Meteorológica do Japão (JMA, na sigla em inglês), a semana começa com os termômetros marcando temperaturas dignas da estação mais quente do ano, com cerca de onze províncias registrando temperaturas acima dos 30°C nesta segunda-feira (23).

No domingo (22), temperaturas elevadas foram registradas em praticamente todo o país. Na cidade de Otofuke, na ilha de Hokkaido (extremo norte), os termômetros marcaram o recorde de 33,1°C, a mais alta temperatura já registrada para o mês de maio na região, de acordo com a JMA.

A previsão para hoje é que a temperatura chegue aos 32°C em algumas cidades localizadas no litoral do Oceano Pacífico, entre Tohoku (nordeste) e Kyushu (sul). Essa máxima está prevista para Fukushima (nordeste), Gunma (leste), Gifu (cento) e Quioto ou Kyoto (centro-oeste). Os termômetros podem atingir 31°C em Aichi (centro), Shiga (centro-oeste) e Kumamoto (sul), enquanto a máxima em Tóquio (leste), Osaka (centro-oeste) e Okayama (oeste) deverá chegar a 30°C, conforme previsões da JMA.

Alerta
A Agência pede à população para que tenha alguns cuidados com a saúde, em vista de que o verão deste ano deverá ser especialmente quente e o país comumente registra dezenas de mortes, principalmente de idosos, durante essa época do ano.

Consequências das altas temperaturas
Durante as ondas de calor há um aumento da mortalidade, sobretudo de idosos e bebês, que têm menos capacidade de adaptação e, muitas vezes, dependem dos cuidados alheios para se proteger.

Quando está quente, as pessoas suam como uma forma de regular a temperatura do corpo: o suor é uma das reações ordenadas pelo cérebro para fazer declinar a temperatura da pele e, consequentemente, do sangue circulando nos vasos sanguíneos superficiais.

O sangue refrescado corre pelo corpo, baixando a temperatura do organismo.

Entretanto, quando está quente demais, a tendência é que haja cada vez mais vasos de regulação térmica abertos no corpo, para que ele possa suar mais. O primeiro problema óbvio desse suor excessivo é a desidratação.

Alguns idosos – por conta de outras condições comuns à idade avançada, que danificam mecanismos de controle do corpo – podem perder uma quantidade significativa de água sem sentir sede. Quando o corpo perde muita água e não repõe líquido, junto com a desidratação podem surgir também outros problemas.

Com muitos vasos da pele dilatados ao mesmo tempo, por exemplo, a pressão sanguínea cai – o que pode levar a vertigem e tonturas, por exemplo. Com a pressão mais baixa, a tendência é que o coração comece a bater mais rápido numa tentativa de elevar a pressão e equilibrar o organismo.

O coração sobrecarregado e a menor quantidade de líquidos circulando deixa o sangue mais denso, o que aumenta também a chance de ocorrer algum tipo de obstrução – ou trombo. E também de uma parada cardíaca.

Em situações normais, a própria variação natural da temperatura ao longo do dia se encarrega de regular esse processo, evitando o superaquecimento do corpo.

Mesmo num verão quente, as noites sempre tendem a ser mais frescas que os dias, regulando naturalmente a temperatura corporal.

Segundo especialistas, o grande problema está nas ondas de calor extremas e prolongadas, quando essa variação de temperatura ao longo do dia é tão mínima que não dá conta de regular a temperatura do corpo, provocando o superaquecimento.

O risco é quando, ao longo de pelo menos três dias consecutivos, a temperatura máxima passa dos 36ºC e a mínima não cai abaixo de 21ºC. Quando isso ocorre, o corpo não consegue se resfriar de forma apropriada, o que pode levar a paradas cardíacas e derrames.

Cuidados e prevenção
A forma de prevenir tais problemas é tão óbvia quanto intuitiva: se manter sempre hidratado (ingerir muita água e sucos) e refrescado – por meio de ar-condicionado, ventilador, banho frio, entre outros.

A adaptação das cidades às temperaturas altas é uma ajuda valiosa. Centros urbanos com árvores (e sombra), arquitetura que valorize a circulação de ar, a proximidade da praia, instalações refrigeradas, por exemplo, ajudam a minimizar os efeitos do calor excessivo e evitar problemas maiores.

Vale lembrar que o Japão está às vésperas de um verão que promete ser um dos mais quentes de todos os tempos no país, com as temperaturas ultrapassando facilmente os 40ºC por vários dias seguidos nos locais tradicionalmente mais quentes.

Segundo meteorologistas, os termômetros podem registrar um calor até 4ºC acima da média.

Isso porque estamos diante de uma combinação de fenômenos: a elevação da temperatura média do planeta por conta do aquecimento global (que já é de quase 1ºC) somada ao aquecimento das águas do Oceano e, em geral, à elevação das temperaturas globais, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial.

Essa época do ano também costuma provocar chuvas mais intensas. Se, por um lado, as chuvas são importantes para baixar a temperatura, por outro, o calor com umidade tende a ser percebido com mais intensidade, com isso, a sensação térmica aumenta e, como consequência, o corpo não esfria sem ajuda.

Portanto, não custa se precaver para “não morrer de calor”, procurando manter a saúde com o uso de simples cuidados básicos.

Fontes: Agência Kyodo | Organização Meteorológica Mundial | JMA.

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