Bolsa de Tóquio cai quase 8% e fecha no menor nível desde 2014

A decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia afetou fortemente o mercado financeiro de Tóquio.
Bolsa de Toquio Foto Aflo Images YA24714679
Foto: Arquivo/Aflo Images

A Bolsa de Valores de Tóquio sofreu nesta sexta-feira (24) a maior queda porcentual em mais de cinco anos, pressionada por preocupações com a economia da União Europeia após o Reino Unido decidir abandonar o bloco no plebiscito de ontem.

O resultado da votação, divulgado nesta madrugada, mostrou que 51,9% do eleitorado britânico é a favor do chamado “Brexit”, ou seja, que o Reino Unido saia da UE.

O Nikkei, índice que reúne as ações mais negociadas na capital do Japão, fechou em baixa de 7,92%, a 14.952,02 pontos, registrando a maior queda em pontos desde abril de 2000 e a maior perda porcentual desde março de 2011, quando ocorreu o grande tsunami que devastou parte do nordeste japonês e provocou uma crise nuclear.

Com isso, o índice japonês encerrou o dia no menor nível desde outubro de 2014.

As incertezas sobre o rumo da economia global diante do resultado do referendo britânico despertaram novos temores nos investidores. Segundo analistas econômicos, a saída do Reino Unido levanta questões sobre a integridade do bloco econômico europeu.

O forte avanço do iene ante o dólar, em reação ao Brexit, também prejudicou os negócios no mercado japonês, ao pressionar as ações de exportadoras.

Muitas empresas japonesas esperavam que o dólar operasse em torno de 110 ienes este ano e as mais conservadoras previam cotação de cerca de 105 ienes.

Durante a madrugada, porém, o dólar chegou a recuar brevemente a 99 ienes, o menor nível desde novembro de 2013, antes de se recuperar parcialmente para níveis próximos de 103 ienes.

O ministro de finanças do Japão, Taro Aso, reiterou hoje a promessa de que agirá para conter a valorização do iene, se necessário.

Companhias japonesas que têm maior exposição à economia do Reino Unido lideraram as perdas em Tóquio. A agência de publicidade Dentsu sofreu tombo de 13%, enquanto a seguradora MS&AD Insurance Group Holdings caiu 12% e o conglomerado industrial Hitachi recuou 10%.

Fontes: Jornal Estadão | Agência Kyodo.

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