Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar disparou nesta quinta-feira (25) e fechou com alta de quase 2%, atingindo o nível de R$ 2,42 pela primeira vez desde fevereiro, mesmo com a maior intervenção do Banco Central no mercado, que teve início na véspera.
A moeda norte-americana encerrou as negociações de hoje com forte valorização de 1,95%, cotada a US$ 2,4299 na venda. É a maior alta diária desde o dia 5 de novembro do ano passado (1,98%) e o maior valor de fechamento desde 3 de fevereiro deste ano (R$ 2,44).
Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro ficou em torno de US$ 1 bilhão, um pouco abaixo da média diária deste mês, de US$ 1,2 bilhão.
A alta vem após anúncio de maior intervenção do Banco Central. Na quarta-feira (24), a moeda atingiu a maior queda diária desde 26 de agosto, de 0,98%. Foi o primeiro recuo do dólar após cinco altas consecutivas frente ao real.
Na véspera, o Banco Central havia aumentado a oferta de contratos de dólar em leilões. Além da intervenção diária, que continua no mesmo volume desde junho, periodicamente, o BC tem realizado leilões adicionais para estender o vencimento de outros contratos.
Essa oferta mais que dobrou, saindo de 6.000 contratos para 15 mil ofertados por dia. Assim, o BC deve chegar perto de negociar todos os contratos que venceriam em outubro. Mesmo com a medida, que era esperada pelo mercado, o dólar registrou fortes ganhos nesta sessão.
Entretanto, segundo a agência Reuters, a medida do BC deve evitar que a moeda norte-americana continue subindo como aconteceu nas últimas semanas, mas não é suficiente para impor uma trajetória de queda mais consistente, já que incertezas eleitorais e internacionais devem continuar pesando sobre o mercado brasileiro.
Ainda de acordo com a Reuters, investidores estariam comprando dólares para se “proteger” contra um possível avanço de Dilma Rousseff nas próximas pesquisas eleitorais.
A atual presidente do Brasil e candidata à reeleição tem sido alvo de críticas de investidores e especialistas por causa da condução da política econômica no país, considerada muito intervencionista.
No exterior, o dólar chegou a bater a máxima em quatro anos contra uma cesta de divisas, com investidores estimando que a política monetária da Europa se tornará mais expansionista, enquanto a dos EUA ficará mais apertada.
Apesar do alívio europeu, a perspectiva de que os juros devem subir já no ano que vem na maior economia do mundo, possivelmente atraindo recursos aplicados em outros países, tem golpeado moedas de países emergentes. O dólar também tinha forte alta contra moedas como o peso mexicano e o rand sul-africano.
Atuações do Banco Central
Pela manhã, a autoridade monetária vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 3,5 mil contratos para 1º de junho e 500 para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a US$ 198,2 milhões.
O BC também vendeu a oferta total de até 15 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em outubro. Ao todo, já rolou cerca de 75% do lote total, que corresponde a US$ 6,677 bilhões.
*As cotações são da Agência Thomson Reuters.
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