O presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Haruhiko Kuroda, reiterou a promessa de buscar inflação de 2% para a economia japonesa. Contudo, Kuroda reconheceu que há “um longo caminho a ser percorrido” antes de atingir o objetivo, uma avaliação compartilhada por uma gama de economias, que vem alertando a instituição para que a meta atual seja reduzida ou flexibilizada após anos sem conseguir atingi-la.
“Na perspectiva de longo prazo, se a taxa de inflação nos lares se mantiver estável, mais ou menos no mesmo nível da de outras grandes economias, a estabilidade das taxas de câmbio irá, consequentemente, ser garantida”, disse Kuroda na segunda-feira (25), em discurso para líderes empresariais em Osaka, no oeste do Japão. Osaka é sede de alguns dos maiores fabricantes japoneses.
Kuroda notou, porém, que ainda há “um longo caminho a ser percorrido” antes de o BoJ cumprir sua meta de inflação de 2%, acrescentando que o BC japonês continuará implementando agressivas medidas de relaxamento monetário para atingir seu objetivo.
Na semana passada, o BoJ decidiu manter sua política monetária inalterada, incluindo a meta do bônus do governo japonês (JGB) de 10 anos em torno de zero e a taxa de depósitos de curto prazo em -0,1%.
Em sua primeira reunião no BoJ, o dirigente novato Goushi Kataoka votou contra a manutenção das taxas de juros, com o argumento de que são insuficientes para garantir que a inflação acelere para 2% até março de 2020, como pretende o BC japonês.
Embora o Japão esteja exibindo a melhor sequência de crescimento econômico em mais de uma década, a inflação doméstica continua fraca. Excluindo-se alimentos frescos, os preços ao consumidor tiveram avanço anual de apenas 0,5% em julho, nível bem inferior à meta do BoJ.
Do Estadão Conteúdo.