Atualizado em 28/11/2017
Uma unidade da Guarda Costeira do Japão do litoral nordeste encontrou nesta segunda-feira (27) oito corpos em estado avançado de composição em um barco à deriva no litoral da província de Akita, segundo confirmou à Agência de notícias ‘Efe’ um porta-voz do esquadrão, que investiga se os cadáveres poderiam ser de pescadores norte-coreanos.
A ocorrência se soma à descoberta de outros dois corpos durante o final de semana e a chegada na quinta-feira passada à costa noroeste do Japão de um pesqueiro com oito marujos que se identificaram como pescadores norte-coreanos e relataram que perderam o rumo devido a um defeito.
A última embarcação achada, de sete metros de comprimento, foi avistada pela primeira vez em frente a uma praia da cidade de Oga no dia 24, mas, devido a uma forte ressaca, a patrulha não pôde chegar até domingo ao navio, onde hoje acharam os corpos em alto grau de decomposição, explicou o porta-voz.
As autoridades tentam determinar o sexo dos mortos e sua origem, que poderia ser a Coreia do Norte, cujas toscas embarcações são propensas a ficar à deriva enquanto trabalham.
Durante o final de semana, a Guarda Litorânea japonesa achou, além disso, os corpos em decomposição de outros dois homens, em partes diferentes da ilha de Sado, na província de Niigata, assim como os destroços de um bote, detalhou o porta-voz.
Junto a um dos corpos foram encontrados vários maços de cigarros de tabaco norte-coreano, assim como restos de um navio e um colete salva-vidas com palavras escritas em hangul (alfabeto coreano).
Dúzias de pesqueiros norte-coreanos chegam a cada ano ao litoral do Japão devido a más condições meteorológicas, falta de equipamentos de radar, mal funcionamento dos motores ou escassez de combustível – uma situação frequente na Coreia do Norte.
Em algumas ocasiões, como esta, os ocupantes dos barcos morrem em alto-mar e seus corpos chegam a território japonês, o que levou a imprensa local a batizar este tipo de embarcação com o nome de “navios fantasmas”.
Outras vezes a tripulação chega com vida, como na quinta-feira passada, quando um navio com oito marujos, que afirmaram ser norte-coreanos e expressaram seu desejo de voltar para casa, chegou até a cidade litorânea de Yurihonjo, também em Akita, após perder o rumo por uma falha do motor e vagar quase um mês no mar.
As autoridades japonesas acreditam que os pescadores norte-coreanos se aventuram com frequência longe de seu litoral na busca de maiores capturas para cumprir as cotas de produção estatais.
Da Agência EFE
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