Do Mundo-Nipo com Agências
Depois de saltar 3,37% na véspera, o dólar recuou mais de 1% ante o real nesta terça-feira (29), reagindo à intensificação das atuações do Banco Central do Brasil no câmbio, déficit menor que o esperado do governo central e um ambiente de menor aversão a risco no exterior, fatores que levaram a moeda norte-americana a um sobe e desce ao longo da sessão.
Ao término da sessão volátil, o dólar estava cotado a R$ 4, 0591 na venda, recuo de 1,23%, após cair 2,37% na mínima (R$ 4,0123) e subir 1,11% na máxima (R$ 4,1551).
Na semana e no mês, o dólar acumula alta de 2,1% e 11,91%, respectivamente. No ano, a moeda já subiu 52,67%.
Atuações do Banco Central no Câmbio
Nesta sessão, o Banco Central voltou a intervir no câmbio, ofertando hoje US$ 2 bilhões por meio do leilão de linha com compromisso de recompra, além de vender 20 mil contratos de swap cambial em leilão extra, que totalizaram US$ 987,6 milhões.
A intervenção de hoje veio após o BC ficar fora do mercado ontem e não realizar nenhuma atuação adicional, mesmo com o forte avanço do dólar, que atingiu na véspera a maior alta percentual diária em quatro anos.
O BC ainda informou que renovará amanhã os 3.550 contratos de swap cambial que não foram renovados no leilão de rolagem realizado hoje. A autoridade monetária renovou hoje apenas 5.900 contratos do total de 9450 papéis ofertados hoje no leilão, que vencem em 1º de outubro.
Como não costuma realizar leilão no último pregão do mês, a autoridade monetária antecipou o anúncio da rolagem, que costuma sair após o fechamento dos mercados, para sinalizar que tem a pretensão de fazer a rolagem integral do lote de US$ 9,458 bilhões em swap cambial que vence no fim do mês.
As atuações do BC ajudaram a reduzir a pressão de alta no mercado à vista e futuro, mas não foram suficientes para derrubar as taxas do cupom cambial. O FRA de cupom, que representa a taxa de juros em dólar e serve como termômetro da liquidez, com vencimento para dezembro de 2015 subia para 2,61% ante 1,77% do ajuste anterior.
Apesar de reforçar suas intervenções no mercado futuro,o BC não atuou até agora no mercado à vista. Operadores acreditam que o BC não quer mexer nas reservas internacionais para evitar que o país perca seu selo de bom pagador por outras agências de classificação de risco além da Standard & Poor’s.
A queda do dólar nesta sessão foi ampliada após o resultado fiscal do governo central, que apresentou déficit primário de R$ 5,081 bilhões em agosto. Apesar do número ainda ser ruim, ele veio abaixo da média esperada por 11 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, que apontava para um déficit de R$ 11,8 bilhões. O número também veio abaixo do déficit registrado em agosto do ano passado, que foi de R$ 10,450 bilhões.
Investidores ainda acompanham a votação amanhã dos vetos da presidente Dilma Rousseff às chamadas pautas-bomba, que se derrubados aumentariam o gasto público. Está no radar também a reforma ministerial prometida pela presidente Dilma Rousseff.
Mercado externo
No exterior, o dia também foi de trégua no movimento de aversão a risco, com o dólar operando em queda frente às principais divisas emergentes. A moeda americana recuava 0,61% frente ao rand sul-africano, 0,66% diante da lira turca e 0,26% em relação ao peso mexicano.
Fonte: Valor Econômico.
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