Japão pretende adiar aumento de imposto para 2019

A notícia do adiamento ocorre em meio à fraqueza da economia e ás vésperas do anúncio de medidas para estimular o crescimento.
Sede do Banco do Japao Foto Wikimedia Commons 900x600 28 03 2016
Foto: Creative Commons

O governo japonês planeja adiar o planejado aumento do imposto sobre as vendas, de 2017 para em algum momento de 2019, informou ontem (29) a agência de noticias ‘Reuters’ citando uma fonte do governo.

Segundo a publicação da agência, no sábado, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, já havia comunicado ao ministro das Finanças, Taro Aso, e ao secretário-geral do Partido Liberal Democrata, Sadakazu Tanigaki, seu plano para adiar o aumento de impostos até outubro de 2019.

O adiamento ocorre em meio à fraqueza da economia e ás vésperas do anúncio, na terça-feira (31), de medidas para estimular o crescimento econômico e promover a reforma estrutural.

Espera-se ainda que o primeiro-ministro solicite um orçamento extra para financiar medidas de estímulo, com apenas dois meses do novo ano fiscal e no encalço de um orçamento suplementar para financiar a recuperação dos recentes terremotos no sul do Japão.

Depois de presidir na sexta-feira uma cúpula de líderes do G7, Abe disse que o Japão vai mobilizar “todas as ferramentas políticas” – incluindo a possibilidade de atrasar o aumento de impostos – para evitar o que chamou de uma crise econômica na escala da crise financeira mundial de 2008 que ocorreu após a quebra do Lehman Brothers.

‘Há um risco de a economia mundial entrar em crise, caso não haja uma política adequada de resposta” disse Abe à imprensa após a cúpula.

Para desempenhar o seu papel, o Japão “deve reacender poderosamente o motor do Abenomics”, disse ele, referindo-se a suas políticas monetárias mais flexíveis que visam tirar o Japão de uma deflação e crescimento irregular que já dura duas décadas.

Há tempos Abe diz que vai avançar com um plano para aumentar a taxa de imposto de 8% para 10% em abril de 2017, a menos que o Japão enfrente uma crise da mesma magnitude do choque Lehman.

De acordo com ele, o G7 “compartilha um forte senso de crise” no que diz respeito às perspectivas mundiais, com o risco mais preocupante sendo uma contração global liderada por uma desaceleração em economias emergentes como a China.

Outros líderes do G7, no entanto, parecem divergir sobre o risco de uma crise global, e sugeriram que Abe estaria usando o G7 para justificar o atraso para um doloroso aumento de impostos no Japão.

(Da Agência Reuters)

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