Coca-Cola aumentará preços no Japão pela 1ª vez em 27 anos

Garrafas de 1,5 a 2 litros da Coca-Cola, Fanta e da Aquarius, entre outras, subirão da faixa atual de 150 ienes para 340 ienes a partir de amanhã.
Coca Cola Bottlers Japan
Foto: Reprodução

As indústrias de bebida no Japão deixaram de lado o temor de perder participação de mercado e decidiram aumentar os preços de seus produtos no país asiático, uma medida tomada em meio a altas despesas com mão-de-obra e de matéria-prima.

O maior distribuidor de Coca-Cola do Japão, a Coca-Cola Bottlers Japan, revelou recentemente planos de elevar seus preços de refrigerantes no varejo, o que será o primeiro aumento da empresa em 27 anos, de acordo com o jornal financeiro Nikkei.

“Tivemos que tomar tal decisão, mesmo à custa de perder nossa participação de mercado”, disse em comunicado Tamio Yoshimatsu, presidente da Coca-Cola Bottlers Japan.

O distribuidor explicou que os preços de varejo sugeridos para garrafas plásticas de 1,5 a 2 litros da Coca-Cola, da Fanta e da bebida esportiva Aquarius, entre outras variedades, subirão da faixa atual de 150 ienes para 340 ienes a partir de 1º de abril, primeiro dia do ano fiscal japonês.

Latas e garrafas de plástico menores são excluídas desse aumento, prometeu a empresa, que é a maior das cinco unidades de engarrafamento da marca do Japão.

As rivais Suntory Beverage & Food, Asahi Soft Drinks e Kirin Beverage aproveitaram a abertura da Coca-Cola, anunciando seus próprios aumentos, em cerca de 20 ienes.

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Preços congelados por 27 anos
Mesmo depois que a alíquota do imposto subiu de 3% para 5% em 1997, as empresas de bebidas não repassaram os custos mais altos aos clientes por um ano.

Quando o aumento de impostos de 2014 elevou a alíquota para 8%, as empresas formaram um cartel, no qual permitiu – sob uma disposição legislativa especial – aumentar os preços nas máquinas de venda automática em 10 ienes. Para os produtos vendidos nas lojas, no entanto, eles precisavam absorver os impostos mais altos.

A Coca-Cola Bottlers Japan está em uma posição difícil. Isso porque sua principal fábrica, em Hiroshima, foi desativada devido a danos causados ​​por enchentes devido a chuvas intensas em julho do ano passado. Para piorar, uma nova instalação em construção não será aberta até 2020. Enquanto isso, as vendas lucrativas de máquinas de venda estão caindo conforme as lojas de conveniência ampliam seu alcance.

A escassez de mão-de-obra no Japão está elevando os salários dos trabalhadores que atuam em estoque, o que faz os custos de distribuição subirem – mais dois fatores afetam os resultados da empresa.

Buscando reduzir sua folha de pagamento, a unidade de vendas e engarrafamento anunciou planos na quinta-feira para que cerca de 700 funcionários se inscrevessem para um pacote de aposentadoria voluntária. A controladora  Coca-Cola Bottlers Japan Holdings  sofreu uma queda de 61% no lucro operacional, para 14,7 bilhões de ienes (US$ 132 milhões) em 2018, mesmo com as vendas consolidadas subindo 11%, para 927,3 bilhões de ienes.

O aumento de preço pode ser mais fácil de gerenciar agora que a Coca-Cola Bottlers cobre tanto a área metropolitana de Tóquio quanto a de Osaka, após a integração de 2017 das duas unidades que lidavam separadamente com partes do leste e oeste do país.

Antes da fusão, a unidade do leste do Japão estava enfrentando intensa concorrência, enquanto sua contraparte ocidental desfrutava de uma grande fatia no mercado. Apesar de serem unidades diferentes, eles forneciam o mesmo produto. Isso tornou difícil para a unidade do oeste do Japão elevar os preços por conta própria.

MN – Mundo-Nipo.com
Fonte: Nikkei Asian Review.


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