A possibilidade de uma erupção do Monte Fuji tem preocupado o governo japonês. Isso porque um recente estudo alertou que a montanha mais famosa do país está em estado crítico e pode entrar em erupção a qualquer momento por ter sido afetada pelo forte terremoto em março de 2011, causando perturbações no até então adormecido vulcão. Temendo a isso, chefes de governos locais nas proximidades do Monte Fuji se reuniram para discutir medidas emergenciais envolvendo uma possível erupção da montanha.
Líderes de administrações localizadas em torno da montanha se reuniram nesta sexta-feira (11). Uma autoridade da província de Yamanashi falou sobre planos em resposta à erupção do Monte Ontake, a noroeste de Tóquio, em setembro. Segundo ela, a província está considerando a implementação de medidas de prevenção contra desastres, incluindo a construção de abrigos nas trilhas de descida do Monte Fuji.
O governo provincial de Yamanashi irá analisar opiniões de administrações locais sobre pontos a serem adotados para proteger as condições ambientais da montanha. Também foi discutido formas de dinamizar o monitoramento no monte, incluindo a introdução de tecnologias mais avançadas que possibilite prever com certa antecedência atividades vulcânicas e assim poder acionar com mais precisão uma evacuação nas áreas próximas e assim minimizar os efeitos do possível desastre natural.
Monte Fuji em estado crítico
Em publicado em julho deste ano, o estudo aponta o terremoto que atingiu o nordeste japonês, em março de 2011, como responsável por criar perturbações na montanha. A publicação afirma que o símbolo maior do Japão está em estado crítico e uma erupção pode ameaçar as vidas de cerca de 8 milhões de pessoas que vivem em Tóquio e em áreas próximas, além de destruir estradas e ferrovias que ligam as cidades mais populosas do Japão.
O estudo foi conduzido por pesquisadores do Institut des Sciences de la Terre e do Institut de Physique du Globe de Paris, em colaboração com cientistas japoneses. Eles explicaram que usaram os “ruídos sísmicos” do tremor Tohoku-Oki para criar uma espécie de ultrassonografia da crosta terrestre. Com isso, perceberam que as maiores perturbações na crosta ocorreram justamente abaixo do Monte Fuji, a aproximadamente 400 quilômetros do epicentro do tremor.
O terremoto aumentou a pressão na região vulcânica onde erupções não acontecem desde 1707. A última erupção do Monte Fuji aconteceu justamente dias depois de um terremoto de 8,7 graus na escala Richter ter atingido a costa de Osaka. Na ocasião, o vulcão liberou cerca de 1 bilhão de metros cúbicos de cinzas e rochas. Parte desse material atingiu Tóquio – que na época se chamava Edo – localizado a 100 quilômetros do local. Uma nova erupção, segundo os especialistas, deixaria Tóquio coberta por cinzas.
O Tohoku-Oki, de 2011, foi um tremor de magnitude 9. De acordo com pesquisas japonesas, a pressão na câmara de magma do vulcão está cerca de 16 vezes mais alta do que quando da última erupção.
A possibilidade de uma erupção na montanha preocupa o governo japonês. No ano passado, as províncias de Shizuoka, Yamanashi e Kanagawa divulgaram um plano para evacuar as 750 mil pessoas que vivem nas 14 cidades mais próximas do vulcão.
O Monte Fuji é a montanha mais alta do arquipélago japonês, com quase 4 mil metros de altura. Em junho de 2013, o Monte Fuji, símbolo maior do Japão, foi declarado pela Unesco como patrimônio da humanidade, por ser considerado “um lugar sagrado e fonte de inspiração artística”.
Do Mundo-Nipo
Fonte principal: The Guardian.
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