Órgão financeiro do Japão vai contratar mais mulheres do que homens em 2022

Será a primeira vez em 2 décadas que a Agência de Serviços Financeiros do Japão contratará mais mulheres do que homens.
Pessoas caminham no distrito de Ginza em Toquio Foto ReproducaoKyodo 900x600 1
©Kyodo

A agência reguladora do setor financeiro do Japão anunciou que vai contratar mais mulheres recém-formadas do que homens no ano fiscal de 2022, uma medida atípica que destaca os esforços do governo japonês em melhorar a paridade de gênero na formulação de políticas, dando continuidade ao programa de empoderamento feminino implementado inicialmente pelo ex-primeiro ministro Shinzo Abe.

As mulheres representam oito dos 14 novos burocratas que planejam trabalhar na Agência de Serviços Financeiros (FSA, na sigla em inglês) em abril, disse em entrevista Hiroshi Okada, chefe da divisão de secretaria do órgão de regulamentação. Será a primeira vez, desde a criação da FSA em 2000, que o número de mulheres irá superar o de homens.

O Japão ficou em 120º lugar no ranking de 2021 do Fórum Econômico Mundial que monitora a igualdade de gênero, atrás de Angola e Mianmar, o que reflete a dificuldade das mulheres para conquistar cargos de liderança em muitos setores.

Entre as agências do governo central que normalmente contratam 10 ou mais profissionais formados todos os anos como burocratas, os ministérios de Relações Exteriores e da Justiça foram os únicos em que as mulheres entraram em maior número do que os homens pelo menos uma vez durante a última década, de acordo com o Secretariado do Gabinete.

As mulheres representavam 4,2% dos burocratas do alto escalão do Japão em julho e 6,4% dos que ocupavam cargos de diretoria, mostraram dados do governo. O departamento tem pedido a ministérios e agências governamentais que sejam mais proativos na contratação de mulheres para aumentar essas proporções para 8% e 10%, respectivamente, até março de 2026.

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A representação limitada de mulheres em cargos de liderança deve-se em parte à ausência de ajuda adequada no passado para que pudessem equilibrar trabalho e vida familiar, o que fez com que algumas desistissem após terem filhos. Os escritórios do governo japonês também costumavam contratar ainda menos mulheres licenciadas.

Segundo Okada, embora a FSA ainda não tenha muitas mulheres gerentes, o número de vice-diretoras – um posto importante para burocratas relativamente jovens e que leva a cargos de alto escalão – está aumentando.

“Se continuarem construindo suas carreiras, pode haver mais executivas no futuro, incluindo diretoras e diretoras-gerais”, disse.

Com Bloomberg Businessweek

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