Os salários reais (ajustados a inflação) no Japão subiram no ritmo mais rápido em mais de cinco anos, enquanto os salários nominais (sem ajuste) atingiram a maior alta em 20 meses, informou nesta segunda-feira o governo do país, indicando que o crescimento pode contribuir para melhorar o fraco consumo doméstico na terceira economia mundial.
Em março, os salários reais aumentaram 1,4% ante igual mês de 2015, o que representa a segunda alta mensal consecutiva, na comparação anual, e o maior ganho desde setembro de 2010. Em termos nominais, o aumento também foi de 1,4%, para 278.501 ienes, marcando o segundo ganho mensal seguido e o maior aumento desde em julho de 2014, informou o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar Social em seu relatório preliminar.
Já o salário base subiu 0,4%, para 240.446 em março, após alta de 0,6% em fevereiro, no que representou o mais acentuado crescimento desde novembro de 2005.
Por outro lado, o pagamento de horas extras caiu 0,2%, para 19.739 ienes em média, após registrar alta de 0,4% em fevereiro. Enquanto isso, gratificações especiais, que incluem bônus, saltou 19,8% em março, para um ganho médio de 18.316 ienes.
O crescimento nos ganhos dos trabalhadores vem depois de o governo do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, ter pressionado o setor privado a aumentar os ordenados e a contribuir para revitalizar a economia, uma iniciativa que visa potencializar o seu principal motor de crescimento, ou seja, o consumo privado, que vem apresentando fraqueza desde 2015.
Um porta-voz do ministério disse que os dados divulgados hoje constituem um sinal positivo, embora tenha considerado ser ainda prematuro afirmar que essa tendência será mantida no curto prazo.
Mediante a isso, o ministério manteve a avaliação dos últimos 3 meses, dizendo que “o salário dos trabalhadores está mais robusto e apresenta uma tendência de crescimento”.
Contudo, o aumento dos salários ajustados à inflação contrasta com a queda no consumo e, consequentemente, nos preços.
Os últimos dados sobre o principal indicador da inflação ao consumidor no Japão, ou seja, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), apresentou deflação de 0,3% em março, a primeira queda em cinco meses depois de registrar dois meses seguidos de estagnação, o que reforçou as dificuldades do Banco do Japão (BoJ, o banco central japonês) em atingir a meta de inflação estável de 2% ao ano.
(Com Agência Kyodo)
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