Um pesquisa do Banco do Japão (BoJ, o banco central japonês) revelou que as expectativas de inflação no pais atingiu o nível mais baixo desde 2013, sinalizando que apenas o BC japonês não pode fazer muito para impulsionar a inflação em um momento de desaceleração global.
Divulgada ontem (11), a pesquisa trimestral do BoJ revelou que 75,7% dos inquiridos disseram que os preços em um ano estarão mais altos que atualmente, um número bem abaixo dos 77,6% da sondagem em dezembro. Desde março de 2013 que o nível não ficava abaixo de 76%, um mês antes de o BoJ lançar seu agressivo plano de relaxamento monetário.
O resultado reforça a crença de que um banco central sozinho não pode fazer muito para impulsionar a inflação, já que a desaceleração econômica é global. Essa perspectiva é corroborada pelas ações ineficazes do BoJ. Uma delas é a recém-lançada política de taxas de juros negativas, para complementar sua política de compra de bônus.
Anunciada em 29 de janeiro e posta em prática em 16 de fevereiro, o plano radical de taxas de juros negativa, que representou uma medida histórica destinada a impulsionar o crescimento na terceira maior economia do mundo, mostrou a falta de opções do país para estimular o crescimento na estagnada economia japonesa.
Embora o anúncio de taxa negativa tenha brevemente derrubado o iene e impulsionado os preços das ações japonesas, os mercados rapidamente reverteram e a moeda japonesa retomou a trajetória de alta sobre o dólar, o que prejudica os exportadores do país.
Todas essas medidas têm se mostrado ineficazes na ajuda ao governo do primeiro-ministro Shinzo Abe para derrotar a deflação, enquanto as perspectivas do BoJ em atingir uma inflação estável de 2%, em algum momento do no fiscal de 2017, ficam cada vez mais distantes.
Atualmente, a inflação no país se encontra perto de zero. De acordo com os últimos dados do governo, o principal indicador da inflação ao consumidor no Japão, ou seja, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), que ficou estável em fevereiro na comparação anual, marcando o segundo mês seguido de estagnação.
O sentimento entre os consumidores sobre as condições econômicas ao longo do próximo ano atingiu -30,9, abaixo dos -19,9 de dezembro, no terceiro recuo trimestral seguido da leitura, segundo o banco central. A leitura atingiu o patamar mais baixo desde dezembro de 2012.
Por outro lado, a confiança do consumidor subiu em março. De com o Escritório do Gabinete Japonês, a pesquisa mostrou que o índice subiu para 41,7 em março, alta de 1,6 ponto em relação a fevereiro, com base no índice sazonalmente ajustado. Foi a primeira alta em três meses.
Fontes: Agência Estado | Agência Kyodo.
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