A Promotoria de Tóquio anunciou uma nova acusação contra o ex-presidente da Nissan Motor, o brasileiro Carlos Ghosn, que foi preso no dia 19 de novembro por supostamente ocultar pagamentos milionários e cometer irregularidades fiscais com a companhia.
A nova acusação, divulgada nesta sexta-feira e que se soma a outras duas anteriores com mandatos de prisão distintos, baseia-se numa alegada violação de confiança agravada que poderia ter prejudicado a Nissan Motor, segundo informou a promotoria em comunicado divulgado hoje.
A nota acusa Ghosn de procurar a Nissan para assumir uma série de perdas de uma empresa para investimentos com derivativos financeiros, após a crise que eclodiu em 2008.
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Em seu documento, a acusação, que não identifica as empresas ou intermediários envolvidos, diz que os termos foram definidos em outubro de 2008 com a intenção de que os pagamentos fossem feitos para uma terceira pessoa, de junho de 2009 até março de 2012, por uma filial da Nissan e por somas que chegam a US$ 14,7 milhões.
Essas operações, segundo a promotoria, causaram prejuízos à Nissan e constituem um suposto crime de violação da confiança agravada.
As outras duas acusações apontam que Ghosn supostamente tentou esconder das autoridades milionárias receitas que negociou com Nissan Motor a partir de 2011 e que, segundo a mídia local, era esperado recebê-las uma vez que ele deixasse suas funções à frente da empresa japonesa.
A decisão da Promotoria de Tóquio é conhecida em meio a versões que apontam para a possibilidade de que os advogados de Ghosn apresentem um pedido de fiança a seu favor nas próximas horas.
Mas com o anúncio de que a promotoria está ampliando as acusações contra ele, a imprensa local descarta a possibilidade de Ghosn deixar a prisão para passar as festas de final de ano ao lado de seus familiares.
Da Agência EFE
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