Milhares de residentes nas províncias de Shizuoka, Yamanashi e Kanagawa participaram do primeiro exercício de desastre envolvendo a simulação de uma erupção em grande escala do Monte Fuji. O exercício, que é o primeiro realizado em conjunto com as três prefeituras que abrigam o monte, acontece após estudos recentes alertarem que a montanha mais famosa do Japão se encontra em estado crítico, podendo explodir a qualquer momento.
Embora tais estudos não tenham estimado quando ocorrerá a suposta erupção, os governos locais têm trabalhado em conjunto na elaboração de planos de prevenção ao possível desastre, como a preparação de áreas seguras para refúgio, melhorias no sistema de comunicação e implementação de tecnologias avanças de monitoramento na montanha, além da promoção de simulações para preparar a população.
Durante a simulação, que aconteceu no domingo (19), líderes dos governos das três prefeituras envolvidas realizaram uma videoconferência com o ministro japonês encarregado da gestão de desastres, Eriko Yamatani.
Na reunião virtual de emergência, eles confirmaram que iriam trabalhar em conjunto para acomodar todos os refugiados e garantir ainda a segurança de quem estivesse na montanha durante a suposta erupção.
Cerca de 4.000 moradores de 26 municípios em Shizuoka, Yamanashi e Kanagawa participaram do exercício neste domingo (19). No distrito Inno, na cidade de Gotemba (Shizuoka), os moradores participaram de uma simulação que assumiu o nível de alerta 5, o mais elevado, o que gerou uma ordem de evacuação em massa.
Mais de 30 pessoas, idosos e crianças, se reuniram em um serviço público e foram evacuadas em um ônibus fornecido pela cidade. Depois de ouvir o alerta de evacuação, o restante dos moradores começaram a deixar a cidade utilizando veículos próprios. Isso porque o governo estimou que a lava poderia chegar ao distrito três horas após a suposta erupção.
A simulação teve atenção especial em uma área na cidade de Hatano, na província de Kanagawa, onde cerca de 170 moradores participaram do exercício. Isso porque especialistas alertaram que a localidade poderia ficar isolada por deslizamentos de pedras, juntamente com magma vulcânicos no caso do suposto desastre natural.
Também foi simulado a retirada de cinzas das ruas com a utilização de veículos de remoção de neve. Usando máscaras para evitar a inalar os gazes venenosos, o grupo então se reuniu em uma área designada como segura, de onde foram resgatados em veículos das Forças de Autodefesa.
O representante da comunidade, Tsutomu Mukouhara, afirmou que a erupção do Monte Ontake elevou a consciência sobre os perigos. Ele disse sentir a necessidade constante de exercícios de emergência para poderem deixar a região com segurança no caso de desastre.
As três prefeituras pretendem reexaminar as rotas de evacuação com base nos resultados dos exercícios de domingo.
Antes de tais estudos, o Monte Fuji era um vulcão supostamente adormecido. A venerável montanha é o ponto mais alto do arquipélago japonês, com quase 4 mil metros de altura. Em junho de 2013, foi declarado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade por ser considerado “um lugar sagrado e fonte de inspiração artística”.
Com Agência Kyodo / Tradução do Mundo-Nipo
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