Animais conseguem sobreviver em zonas de evacuação após dois anos da crise nuclear em Fukushima

Bovinos, suínos, gatos, cães e outros animais conseguiram sobreviver em Tomioka, província de Fukushima, mais de dois anos após os moradores terem sidos evacuados devido a tragédia em março de 2011.

Do Mundo-Nipo

Bovinos, suínos, gatos, cães e outros animais conseguiram sobreviver em Tomioka, província de Fukushima, mais de dois anos depois que os moradores foram obrigados a evacuar após a crise nuclear.

 

Javalis híbridos em Tomioka (Foto: Kyodo / Reprodução MN)
Javalis híbridos foram vistos no início de março em Tomioka (Foto: Kyodo / Reprodução MN)

 

O ativista pró-animais, Naoto Matsumura, que guiou um repórter na área proibida no inicio de março deste ano, disse que apenas os mais fortes dos animais de estimação e animais nativos sobreviveram após adaptarem-se ao ambiente nas zonas proibidas.

Entretanto, a cidade de Tomioka, localizada a 10 quilômetros da danificada usina nuclear Fukushima Daiichi, e que está totalmente abandonada desde o desastre em março de 2011, a poucos dias foi declarada como “zona parcialmente acessível” pelo governo japonês.

Segundo as informações da Fuji TV na segunda-feira (25), a medida pretende acelerar a reconstrução da cidade, e permitirá que cerca de 11.200 moradores, 70% da população total de Tomioka antes do acidente, retornem temporariamente às suas casas para limpá-las, reordená-las e, “talvez”, alguns possam reencontrar seus animais de estimação após dois anos de abandono.

O governo dividiu a cidade, que se encontrava dentro do perímetro de acesso proibido a 20 quilômetros da central nuclear, em três categorias distintas e com suas respectivas restrições.

As áreas que registram uma dose de radiação superior a 50 milisieverts por ano foram qualificadas como zonas de “retorno proibido”, com o acesso totalmente proibido.

As que registram níveis entre 20 e 50 milisieverts por ano são as de “residência proibida”, onde o acesso é autorizado somente durante um número limitado de horas, com a permanência proibida para pernoite.

As zonas que registram menos de 20 milisieverts são aquelas “em preparação para o cancelamento da ordem de evacuação”. Nestas, onde o acesso também é limitado e não se pode passar a noite, é onde o governo espera em breve poder autorizar o retorno permanente dos residentes.

Tomioka é a oitava cidade que o governo permite o acesso parcial ou completo após o terremoto de 9 graus de magnitude seguido de um terrível tsunami em 11 de março de 2011, quando as águas do tsunami invadiram a usina de energia nuclear Fukushima Daiichi, desencadeando a pior crise desde Chernobyl em 1986.

Em meio de um plano para evacuação apressada e desigual na época, os animais, tanto os domésticos, de criação comercial como os silvestres, foram abandonados nas zonas de evacuação.

Notícias sobre milhares de animais abandonados, deixados a própria sorte, foram relatadas ao longo desses dois anos. Estima-se que cerca de 3.400 bovinos, 31.500 suínos e 630.000 frangos foram abandonados enquanto presos em cativeiro.

Segundo o professor DL Brown, do Departamento de Ciências e Zootecnia da Universidade de Cornell, especula-se que a maior parte desses animais foi exterminada como medida de precaução pelo governo japonês.

Contudo, alguns deles conseguiram sobreviver, principalmente, os animais domésticos e os silvestres.

 

Cão sobrevive na cidade de Futaba (Imagem reprodução)
Cão sobrevivente em Futaba, uma das cidades mais atingidas pelo terremoto seguido de tsunami e consequente crise nuclear. A imagem é de abril de 2012, mais de um ano após a tragédia que obrigou os moradores a serem evacuados as pressas, onde muitos animais de estimação foram deixados à própria sorte. (Imagem reprodução)

 

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