Atualizado em 14/02/2023
Em fevereiro, as vitrines e prateleiras das lojas de todo o Japão ficam repletas de caixas de bombons e chocolates de todos os tipos. Não, não estamos falando da Páscoa e sim do Valentine’s Day. Se no Brasil o Dia dos Namorados é comemorado em 12 de junho, no Japão a data é celebrada em 14 de fevereiro, dia de São Valentim, padroeiro dos namorados.
No Japão, a data é marcada pela troca de chocolates quando as mulheres oferecem a guloseima ao amado. O ritual não acontece apenas entre casais. A maioria das mulheres presenteiam com chocolates os amigos, colegas de trabalho e familiares. A tradição também acontece entre os mais jovens. Meninas oferecem aos seus amigos nas escolas e até à amigas, além de irmãs e irmãos mais velhos.
Os japoneses são tímidos e é no Valentine’s Day que as meninas podem demonstrar que sente algo mais por aquele amigo. Isso porque cada chocolate é dado com uma finalidade.
O giri choco é a caixa mais em conta para presentear colegas, chefes e pessoas em comum. Mas para o namorado ou pretendente, a mulher geralmente compra um honmei choko, que é aquela caixa bonita, toda enfeitada e cheia de chocolates especiais.
Algumas japonesas preferem preparar doces, bolos e as mais variadas guloseimas de chocolate em casa, isso porque tudo o que é feito manualmente (tezukuri) é considerado mais valoroso para os japoneses.
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Os homens retribuem as guloseimas com chocolates brancos no dia 14 de março, conhecido como “White Day” (dia branco), considerado como o “Dia das Namoradas”.
Os brasileiros que vivem no Japão aproveitam o Valentine’s Day para celebrar de forma especial o Dia dos Namorados.
A ideia teve início na era Showa (1926-1988), quando uma marca de doces lançou o primeiro anúncio de seus produtos para o Dia dos Namorados. Somente a partir dos anos 70, depois que empresas como a famosa Morinaga lançaram campanha de chocolates para os namorados anualmente, a data passou a ser associada ao dia 14 de fevereiro.
Sobre o Dia dos Namorados ser associado à São Valentim
Geralmente, há sempre mais de uma versão envolvendo qualquer história ou lenda, e essa não poderia ser diferente. Uma das mais conhecidas narra à história de um padre chamado Valentim que, no século III da Roma Antiga, teria sido condenado à morte por ir contra a ordem do Imperador Claudio II.
Na época, o monarca havia proibido o casamento durante as guerras, uma vez que, na concepção do Imperador, os solteiros eram melhores combatentes.
Apesar da proibição do imperador romano, Valentim continuou celebrando casamentos. Diz-se que ele próprio se casou secretamente. A prática, no entanto, foi descoberta e Valentim foi preso e condenado a morte.
Enquanto preso à espera de sua execução, muitos jovens lhe enviavam flores e bilhetes dizendo que ainda acreditavam no amor.
Diz-se que Valentim também se apaixonou enquanto esteve preso, pela filha cega de um carcereiro, que “milagrosamente” voltou a enxergar. Antes de sua execução em 14 de fevereiro, Valentim escreveu uma mensagem de adeus para ela, na qual assinava como “Seu Namorado” ou “De seu Valentim”.
Considerado mártir pela Igreja Católica, a data de sua morte, em 14 de fevereiro, também marca a véspera da celebração “Lupercais”, que eram festas anuais celebradas na Roma antiga em honra da deusa Juno (protetora da mulher e do matrimônio) e do deus Pan (protetor da natureza). Um dos rituais desse festival era a passeata da fertilidade, em que os sacerdotes caminhavam pela cidade batendo em todas as mulheres com correias de couro de cabra para assegurar a fecundidade.
Outra versão conta que no século XVII, ingleses e franceses celebravam São Valentim no dia 14 de fevereiro como a união do Dia dos Namorados. Nos Estados Unidos, a data passou a ser comemorada um século depois como Valentine‘s Day (Dia de São Valentim).
Há ainda uma versão mais inusitada, relatada na Idade Média. Acreditava-se que o dia 14 de fevereiro era o primeiro dia do acasalamento dos pássaros e, nesta data, os amantes aproveitavam para deixar mensagens de amor na porta das donzelas.
No Brasil, a data é comemorada no dia 12 de junho, justamente no dia seguinte quando se comemora o dia de Santo Antônio, conhecido no país como o “Santo casamenteiro”.
Principais palavras japonesas relacionadas ao Dia dos Namorados
Barentain dee
Dia de São Valentim.
Lotte
Famoso fabricante/marca de chocolates/doces.
Meiji
Famoso fabricante/marca de chocolates/doces.
Godiba (Godiva)
Marca de um dos chocolates mais caros, custando entre 1.000 a 10.000 mil ienes a caixa. São oferecidos aos amados, ou a pessoa que deseja sair/namorar.
Toryufu
Trufas de chocolate. São os chocolates mais comuns, custando entre 300 ienes a 500 ienes a unidade. Oferecidos aos amigos, colegas de trabalho, colegas de escola.
Honmei choko
Caixa de chocolate especial dado à pessoa amada ou para a pessoa que deseja sair/namorar.
Giri choko
Caixa de chocolate mais em conta, que normalmente é oferecida aos colegas de trabalho e pessoas com quem convive o dia a dia.
Chokoreeto ou Choko
Chocolate em japonês.
Tezukuri choko
Chocolate caseiro e muito valoroso, já que muitas garotas fazem os chocolates como forma de colocarem os seus sentimentos na guloseima. É considerado como muito especial.
Howaito dee
White Day ou Dia Branco em japonês. Comemorado em 14 de março, dia em que os rapazes oferecem ou retribuem o chocolate que recebeu no Valentine’s Day.
Koku haku
Admissão de afeto por alguém, confissão de amor.
Tomo choko
Chocolate oferecido aos amigos. Tomo em japonês quer dizer amigo.
Por Maria Rosa
Principais fontes de pesquisa:
Livro: Japão – Dicionário, Cultura e Civilização | Autores: Frederic Louis David e A. Iwang;
Dicionário: Shogakukan – Dicionário Universal Japonês-Português;
Site/jornal: The Asahi Shimbun
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