A população do Japão, excluindo residentes estrangeiros, caiu para o patamar de 124 milhões a partir de 1º de janeiro deste ano, no que representa o menor declínio populacional desde que a pesquisa foi iniciada, em 1968, mostraram dados do governo na quarta-feira.
Com menos de 1 milhão de nascimentos pelo terceiro ano consecutivo, a população japonesa retrocedeu pelo 10º ano consecutivo, registrando queda recorde de 433.239 pessoas, para um total de 124.776.364 cidadãos, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério de Assuntos Internos.
Enquanto isso, o número de residentes estrangeiros registrados no país subiu para 2.667.199, um aumento de 169.543 em relação ao mesmo período do ano passado, com todas as 47 prefeituras registrando aumento no número de emigrantes, já que as empresas estão recrutando cada vez mais trabalhadores de outros países para lidar com a grave escassez de mão-de-obra em meio ao tétrico declínio da taxa de natalidade.
O relatório mostra que o número de nascimentos de japoneses caiu para 921.000 no ano passado, enquanto o de mortes totalizou 1.363.564.
Trata-se do 12º ano consecutivo que o número de mortes supera o de nascimentos.
Os dados revelam que pessoas com 65 anos ou mais representaram 28,06% do total da população de japoneses, um aumento de 0,40 ponto percentual em relação ao ano anterior. A proporção de pessoas com idade entre 15 e 64 anos, que são consideradas como população ocupada e apta ao trabalho, foi responsável por 59,49%, com queda de 0,28 ponto percentual.
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A população diminuiu em 42 prefeituras, com a principal ilha do norte do Japão, Hokkaido, registrando o maior descenso, de 39.461.
Os únicos números positivos foram registrados em Tóquio, que viu sua população crescer em 73.205 pessoas, para cerca de 13,19 milhões.
Okinawa, ilha no extremo sul do Japão, também foi a única prefeitura onde os nascimentos superaram as mortes no país.
Enquanto os japoneses continuam a migrar para áreas em Tóquio, as outras duas grandes áreas metropolitanas do país – de Nagoya, na província de Aichi, e de Kansai, incluindo Osaka, no oeste do Japão – estão em dificuldades.
As três regiões metropolitanas registraram o primeiro declínio da população total nos dados mais recentes, totalizando 64.520.799.
As áreas urbanas também são populares entre os não-japoneses, com Tóquio registrando aumento de 30.181 estrangeiros, seguido por Aichi e Kanagawa.
O relatório mostra que a população total no Japão, incluindo estrangeiros, caiu para 127.443.563, queda de 263.696 em relação ao ano anterior.
Sem um plano satisfatório e de curto prazo para deter a tendência de queda na população de japoneses, o país está se preparando para receber um fluxo ainda maior de estrangeiros, uma vez que o governo revisou as leis de imigração visando abrir suas portas aos trabalhadores estrangeiros ao lançar um novo sistema de visto, que entrou em vigor em abril.
Enquanto isso, o governo do primeiro-ministro Shinzo Abe enfrenta a necessidade de ajudar os estrangeiros a viver no país com mais conforto, dizem os críticos.
Uma pesquisa realizada pelo governo em junho passado, e que cobriu 375 estrangeiros, 90% deles disseram que precisam de apoio público para melhorar as condições de vida no país, tais como ajuda para encontrar moradia, serviço de tradução em inglês em hospitais, segurança no emprego, benefícios básicos próximos aos dos cidadãos japoneses, entre outras necessidades.
MN – Mundo-Nipo.com
Fonte: Kyodo News.
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